quinta-feira, 28 de abril de 2011

Severiano Ximango (Chimango)

Quem nunca teve o prazer de acordar ouvindo Luiz Gonzaga? Pra quem não teve lamentações! Pra quem teve, com certeza boas recordações, cito o grande músico nordestino, no intuito de adentrar a história de vida de um dos seus grandes fãs. Luiz Gonzaga, o Gonzagão, cantou Brasil a fora a dura e persistente vida dos nordestinos, a história das grandes secas que ocasionava o êxodo rural.

O grande fã ali referido, trata-se de Severiano, ilustre morador dessa terra, suas raízes orientais repercutiam em sua maneira de socializar-se, sempre demonstrando serenidade e sensatez, nascido em Assunção adotou o Camará como sua terra, viveu por cem anos e teve muita história pra contar.

Casou-se duas vezes, em decorrência de sua viuvez precoce, foi pai de oito filhos, quatro da primeira e quatro da segunda, Sra. Ana Ferreira (Dona Nana). Exerceu várias profissões, dentre as quais a de delegado e tabelião, disponho inclusive de registro de imóvel feito por ele, foi ainda açougueiro e dono de mercearia.

Nascido em 1899, presenciou grandes momentos da história do Brasil e do mundo, como as duas grandes guerras mundiais e momentos históricos na política brasileira, como as mudanças de regime, importante frisar que não apenas viveu nesta época, mas de fato acompanhou, certamente com uma visão crítica, tendo em vista que o mesmo era um intelectual e costumava comprar a principal revista da época, ou seja, o cruzeiro.

Apaixonado por futebol (não entendo por qual razão torcia Ferroviário) comemorou, de fato quatro vezes o titulo da copa do mundo, sendo que aos 94 anos pode vibrar ao vivo e a cores com quase toda a população de Camará, na comemoração do tetra, tendo em vista que naquela época era possuidor da única televisão em cores e com tela 17, da localidade, e após o chute magnífico do italiano di Biagio, estourou uma caixa de fogos.

Certamente dois momentos emocionantes em sua vida foram, a oportunidade de ver seu grande ídolo Luiz Gonzaga e assistir no Castelão jogo entre Ferrim e Vozão.

Faleceu prestes a completar cem anos, dois dias antes de sua esposa, Nana, também deixar a vida terrena, os dois eram bastante religiosos, fato sempre mencionado pela querida Tafinha, ao cita-los como exemplo de “ótimos criadores de filhos” , a religiosa com sua memória de elefante lembra inclusive de visitas diárias do casal à igreja, na época da quaresma, juntamente com os filhos quando estes ainda eram crianças.

O ilustre morador, exemplo de serenidade, fora homenageado emprestando seu nome a uma das mais importantes ruas de Camará.


Contribua com a preservação de grandes nomes da nossa história, envie suas sugestões para camaraitapaje@gmail.com, sem deixar de fazer seu comentário no próprio blog. Posteriormente estarei postando, acerca de outras personalidades, como Chico Coité, Antonio Nonato, Mundim Rozendo, Lelim Coité, dentre outros, que inclusive podem ser sugeridos por vocês.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito legal a história do meu vô. Homem sábio,que tinha muitas histórias para contar,e é uma lástima que eu não o tenha conhecido...:/